terça-feira, 20 de março de 2012

Primavera

A Primavera de Botticelli



Botticelli, de seu nome Alessandro di Mariano Filipepi, natural de Florença, deve o seu nome artístico ao seu irmão que por ser pequenino e gordinho o apelidaram de Botticelli ( botijinha). O irmão morreu e então Alessandro herdou-lhe o nome. Viveu nos anos de 1445 a 1510.
Boticeli, oriundo de uma família burguesa, viveu no entanto na Florença dos Médicis e sob os seus patrocínios. A Primavera foi encomendada por Lorenzo di Pierfrancesco do Médicis para ser colocada na villa mediceia de Castello.
Actualmente encontra-se na galeria dos Uffizi em Florença.
Esta obra é uma pintura a têmpera sobre madeira, mede 203 cm × 314 cm e é consensual admitir-se que representa um grupo de figuras mitológicas num jardim presidido por Vénus, cheio de flores e variadíssimas plantas (alegoria da Primavera).
Outras opiniões têm-na interpretado como uma ilustração do amor neoplatónico, muito do agrado dos Médicis. Mas o tema, em geral, inspira-se na descrição mitológica do poeta Ovídio sobre a chegada da primavera.
As personagens nele representadas, são: à direita, Zéfiro, vento oeste, avança violentamente atrás de uma ninfa que entra no jardim. É uma alusão ao rapto de Chloris. Vêem-se flores a sair-lhe da boca...
Arrependido fez dela a Deusa Flora e deu-lhe o domínio sobre a Primavera.

«Enquanto ela falava, os seus lábios exalavam rosas primaverís: Eu fui Chloris e agora chamam-me Flora.» (Ovídio)

A Primavera, Deusa Flora, representada na figura feminina com vestido às flores, grávida, vai entrando no jardim lançando flores por onde passa, perfumando tudo, enchendo tudo de maravilha. Símbolo da fertilidade.

Ao fundo, observando e controlando tudo, está Vénus.

No ar, voando, cego e armado com o seu arco, Cupido seu filho, de ollhos vendados, aponta a seta do amor em direcção às três figuras que representam as Graças (Aglaia, Tália e Eufrónsina), símbolos da sensualidade, da beleza e da castidade.
À esquerda, Mercúrio protege o jardim, atento e de espada à cintura, capaz de afastar os mais temíveis adversários.

Na tradição clássica, Vénus e Cupido, devem fazer ressurgir os campos fustigados pelo inverno iniciando a primavera ao semear flores, beleza e atracção entre todos os seres.
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