domingo, 1 de novembro de 2015

2 de Novembro




A 2 de Novembro o meu Pai fazia anos. De muitas formas o  recordo e todas elas me lembram a pessoa íntegra, lúcida, exigente,  que traçou um plano de vida e cumpriu, valorizando essencialmente aquilo  que somos, sem limites, saboreando a vida com o que lhe vinha à mão, e sempre com  objectivos até ao fim!
Tenho saudades!


Nos penedos da praia da Póvoa de Varzim, com a minha Mãe à direita, a Tia da Póvoa em baixo, rodeados  da cachopada.

sexta-feira, 22 de maio de 2015

22 de Maio



 A Mãe nos anos vinte

Hoje seria o dia de anos da minha Mãe

O SOM DA MEMÓRIA

No meu mais intimo silêncio
guardo mil tesouros de ternura
colos envolventes ...refugio secreto
de abraços incontidos
no tempo....no espaço ...na memória.

Perder-me no infinito dos teus olhos
na doce fragrância do teu regaço.
Ser a rosa e o roseiral que se estende
na planície secreta do meu viver
a coragem ....de ser a brisa de um beijo
a força invencível nas horas da tormenta
nas trevas...na solidão...a calma.
Encontrar-me no teu leito de luz
o brilho incandescente da infância.
No meu mais intimo silêncio
ainda guardo o teu sorriso
o som límpido... a tua voz ...tatuada
nas minhas mais profundas...secretas
viagens ao meu mundo de criança.

©SÃO GONÇALVES

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sábado, 4 de abril de 2015

Não nos esquecemos


Uma camélia para a Lili


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quinta-feira, 2 de abril de 2015

Viva Manoel de Oliveira!


Como quem diz: volto já


 Na morte de Manoel de Oliveira relembro alguns textos que escrevi a propósito de curtos episódios que me mereceram atenção.

E a obra que nos deixou é enorme! Não nos vai faltar que fazer para a ver e rever.

 

  Manoel de Oliveira  106 anos! 

   Muitos Parabéns


Cento e seis?
Casque-lhes, que eles merecem!






Manoel de Oliveira

 Maio de 2013

No passado sábado, quando almoçava num restaurante barulhento, em Matosinhos, onde se come o melhor peixe grelhado do mundo, ao olhar distraída para o lado, dou de caras com Manoel de Oliveira com um pequena bengala a que dava pouca utilização, dirigindo-se para o lugar que ocupava numa mesa próxima, sem qualquer dificuldade.
Qual é o filme que se segue?


 Eleições autárquicas de 2013 



TOMA LÁ!!!!!!

Não posso deixar de assinalar o momento mais alto destas eleições.
Quando me dirigia para a minha assembleia de voto em Aldoar,  cruzei-me com Manoel de Oliveira, de chapéu mole, apoiando-se ligeiramente numa bengala, mais para prevenção, com um sorriso feliz e com uma marcha que acompanhava os demais!
Sair de casa com vento, morrinha, para votar aos 104 anos, é mais que uma lição de civismo, é uma heróica manifestação de inteligência própria do génio que ele é.
A minha mágoa foi ter sido apanhada desprevenida e não ter podido registar esta memorável imagem em fotografia.





Dezembro/ 2011

MANOEL DE OLIVEIRA 103Anos 

MUITOS PARABÉNS!



Ao festejarmos, porque a festa é de todos, os 103 anos de Manoel de Oliveira, ficamos a aguardar a estreia do seu último filme, já rodado, " O Gebo e a Sombra".
E depois, ficamos a aguardar o seguinte.




Michael Lonsdale, Luis Miguel Cintra, Claudia Cardinale e Jeanne Moreau numa cena de "O Gebo e a Sombra

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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Orfeu

  
O interseccionismo de Pessoa



Chuva Oblíqua

II
Ilumina-se a igreja por dentro da chuva deste dia,
E cada vela que se acende é mais chuva a bater na vidraça...

Alegra-me ouvir a chuva porque ela é o templo estar aceso,
E as vidraças da igreja vistas de fora são o som da chuva ouvido por dentro...

O esplendor do altar-mor é o eu não poder quase ver os montes
Através da chuva que é ouro tão solene na toalha do altar...
Soa o canto do coro, latino e vento a sacudir-me a vidraça
E sente-se chiar a água no fato de haver coro...

A missa é um automóvel que passa
Através dos fiéis que se ajoelham em hoje ser um dia triste...
Súbito vento sacode em esplendor maior
A festa da catedral e o ruído da chuva absorve tudo
Até só se ouvir a voz do padre água perder-se ao longe
Com o som de rodas de automóvel...

E apagam-se as luzes da igreja
Na chuva que cessa...

Fernando Pessoa
8/3/1914


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sábado, 17 de janeiro de 2015

Miguel Torga



 

Faz hoje 20 anos que morreu  Miguel Torga



Para a Manhã


Rosa acordada, que sonhaste?
Nas pálpebras molhadas vê-se ainda
Que choraste...
Foi algum pesadelo?
Algum presságio triste?
Ou disse-te algum Deus que não existe
Eternidade?
Acordaste e és bela:
Vive!
O sol enxugará esse teu pranto
Passado.
Nega o presságio com perfume e encanto!
Faz o dia perfeito e acabado!


Miguel Torga

Foto na margem do Mondego em Coimbra


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