sexta-feira, 29 de maio de 2020

O Rapto da Europa



 O Rapto da Europa - Tiziano



  
UMA HISTÓRIA RECONTADA  

 
                          EUROPA era uma linda princesa fenícia. Como ainda não chegara à idade de casar, vivia com os pais num magnífico palácio e tinha por hábito dar longos passeios com as amigas nos prados e nos bosques. Certo dia, quando apanhava flores junto da foz de um rio. foi avistada por Zeus que se debruçava lá do Olimpo observando os mortais. Fascinado com tanta formosura, decidiu raptá-la. Para evitar os ciúmes da sua mulher quis disfarçar-se. Nada mais fácil para quem tem poderes sobre naturais! Tomou a forma de um touro. Um belo touro castanho com um círculo prateado a enfeitar a testa. Desceu então ao prado e deitou-se aos pés da Europa. Ela ficou encantada por ver ali um animal tão manso, de pelo sedoso e olhar meigo. Primeiro afagou-o, depois sentou-se-lhe no dorso e... o touro disparou de imediato a voar por cima do oceano. A pobre princesa ficou assustadíssima, mas não tardou a perceber que o raptor só podia ser um deus disfarçado, pois entre as ondas emergiam peixes, tritões e sereias a acenar-lhes. Até Poseídon apareceu agitando o seu tridente.
 
Muito chorosa, Europa implorou que não a abandonasse num lugar ermo. Zeus consolou-a, mostrou-se carinhoso, prometeu levá-la para um sítio lindo que ele conhecia fora da Ásia. Prometeu e cumpriu. Instalaram-se na ilha de Creta e tiveram três filhos.

Poetas da Grécia Antiga passaram a chamar Europa aos territórios para lá da Grécia. E o historiador Hérodoto, no séc. V a.C foi o primeiro a chamar Europa a todo o continente.

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terça-feira, 26 de maio de 2020

Beethoven - Piano sonata n°3 op.2 n°3 - Richter studio

           

  A terceira sonata de Beethoven,  dedicada a Haydn, é a última desta fase. A partir daqui Beethoven manda às malvas os clássicos e vai criar a "forma Sonata".
Não pretendo dar uma lição mas, tão somente, organizar ideias para me poder situar.
Esta interpretação de Richter é divinal!
Se Beethoven tinha uma ligação directa a Deus que lhe soprava ao ouvido a nota que deveria escrever,  Richter tinha outra que lhe soprava nos dedos como os devia colocar!
Senão, ouçam!!!!!!!!!🤪🤪🤪
 



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sexta-feira, 22 de maio de 2020

Um concerto na Gulbenkian






Então é assim.
Jordi Savall apresentou-se num concerto com La Capella Real da Catalunha e Hespèrion XXI no auditorium da Gulbenkian.
Desde a escolha rigorosa dos instrumentos às vozes seleccionadas, tudo foi perfeito. O tema, a história de Granada desde a sua fundação com todo o esplendor do al Andaluz,  à sua total integração no Reino de Castela e Leão pela conquista e "conversão à espada" de todos os muçulmanos.
Sem pretender, com o destaque, diminuir algum elemento, impressionou-me Waed Bouhassoun, alaudista síria que também cantava e que tem um timbre de voz forte, ácido, de rara qualidade.
São momentos únicos e a plateia reconheceu isso.

PARABÉNS JORDI SAVALL!


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quinta-feira, 21 de maio de 2020

 
                UMA OBRA PRIMA DA CONFUSÃO ENTRE DOIS REINOS

Um dia estive a ponto de dizer que te amo.
Quase recorto uma advertência apressada
na qual confessara meu amor impossível.
Transcrevi para inúmeras páginas soltas
que as dissonâncias são um estímulo,
uma vida dedicada às discrepâncias,
como saudável mecanismo de insubmissão.
Somos a denúncia de um mundo irreconciliável.
A refeição atormentada de muitos deuses
que se perderam entre símbolos inertes.
Quando começo a falar assim as tuas mais
secretas sociedades se reúnem para a pugna
de meus erros e outras memórias propagadas.
Sei que já não posso lembrar que te amei um dia.
Um de nós registrou em opúsculo a indisciplina
de nossas razões comuns, o ideal clássico.
As improváveis consequências do amor.

[Poema de Floriano Martins ₢ 2016 ARC Edições]


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22 de Maio



 
Hoje é o dia de anos da minha Mãe
Recordá-la numa pequenina homenagem





Music:Johann Sebastian Bach
Piano:Sviatoslav Richter

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