«OUTONO» - 3ª. E 4ª. PARTES
Terceira e última parte da elegia concluída por MTH no recente equinócio de Outono.
OUTONO
- 3 -
Duvido sempre do outono
sigo as suas pistas macilentas
esvaídas e translúcidas
seus incertos vestígios
Enquanto, uma por uma
as estações equívocas decepam
as flores mártires e fatídicas
as rosas tamisadas das lágrimas
E em seguida os lagos vão
surgindo, de súbito nimbados
por um escasso halo azul-violeta
beladona brotando das ruínas
Venenos a provocarem o transe
a que a realidade obriga e leva
até ao coração das penumbras ínvias
crendo ser o véu translúcido
No esvaimento da alba
ou no encobrir o rosto
esquálido das noviças
Escassas claridades lívidas
Nas submersas, adversas
e secretas cavernas mais íntimas
onde habitam as deidades invisíveis
Oh os amores malditos!
O meu amante busca-me
e julga perder-me, na brancura
da neve intocada e austera
- 4 -
Questiono sempre o outono
seguindo-lhe as águas
propiciatórias às suas interioridades
de luz refractária
Errantes, as águias pairam
no cimo, planando cismadas
voando a quebradura e o equívoco
desapiedadas
Enquanto o meu amante
descrente da paixão
me vai deixando para trás
E exausto me abandona
desprendido e inclemente
Maria Teresa Horta, 22 Setembro 2013
NOTA: A elegia «Outono», embora estruturada em quatro partes e objecto de três posts nesta Página Oficial, é um poema único.
Terceira e última parte da elegia concluída por MTH no recente equinócio de Outono.
OUTONO
- 3 -
Duvido sempre do outono
sigo as suas pistas macilentas
esvaídas e translúcidas
seus incertos vestígios
Enquanto, uma por uma
as estações equívocas decepam
as flores mártires e fatídicas
as rosas tamisadas das lágrimas
E em seguida os lagos vão
surgindo, de súbito nimbados
por um escasso halo azul-violeta
beladona brotando das ruínas
Venenos a provocarem o transe
a que a realidade obriga e leva
até ao coração das penumbras ínvias
crendo ser o véu translúcido
No esvaimento da alba
ou no encobrir o rosto
esquálido das noviças
Escassas claridades lívidas
Nas submersas, adversas
e secretas cavernas mais íntimas
onde habitam as deidades invisíveis
Oh os amores malditos!
O meu amante busca-me
e julga perder-me, na brancura
da neve intocada e austera
- 4 -
Questiono sempre o outono
seguindo-lhe as águas
propiciatórias às suas interioridades
de luz refractária
Errantes, as águias pairam
no cimo, planando cismadas
voando a quebradura e o equívoco
desapiedadas
Enquanto o meu amante
descrente da paixão
me vai deixando para trás
E exausto me abandona
desprendido e inclemente
Maria Teresa Horta, 22 Setembro 2013
NOTA: A elegia «Outono», embora estruturada em quatro partes e objecto de três posts nesta Página Oficial, é um poema único.
foto de MTH-Página Oficial
.
Sem comentários:
Enviar um comentário