Poesia
'Noite Estrelada', de Van Gogh.
ESCREVER
Com uma mão
dou-te tudo
com a outra descubro o nada
Uns dias sou
de veludo
outros de raiva vidrada
Entre a escrita onde me digo
e na escrita
onde me iludo
Há a escrita onde me escondo
e a outra
de meu abrigo
Tendo a razão como escudo
na porfia do disfarce
eu escrevo a ventania
Pelo meio da tempestade
Maria Teresa Horta, in «As Palavras do Corpo» (Dom Quixote /Leya, 2012).
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