quinta-feira, 27 de junho de 2013
A greve geral
Muito bem! A greve já passou e com sucesso ou sem ele, o direito à greve é um direito e eu até diria um dever de todos os que trabalham.
Usa-se a greve como medida de força, para exigir aquilo que o trabalhador não consegue por negociação com a entidade patronal, mas também como forma de protesto às governações que prejudicam os cidadãos. A meu ver é uma forma nobre de testemunhar o repúdio por acções que colocam em perigo a liberdade, a justiça ou o bem estar das pessoas. E não haverá sociedade democrática nenhuma em que esse direito não possa ser exercido por aqueles que trabalham, sob pena de o não ser.
Mas, lá está, por aqueles que trabalham, e não por os que já trabalharam ou por aqueles que estão impedidos disso pelo desemprego e até pela doença. Para estes não está previsto qualquer forma de luta.
E a análise que eu faço à greve geral de contestação ao governo que ocorreu hoje, e só o faço agora propositadamente, é que os mais atingidos pelas acções de terror do actual governo, são precisamente os reformados, os desempregados e os doentes; por razões bem conhecidas. E se a isto juntarmos o medo de colocar em risco o lugar de trabalho, a impossibilidade financeira de poder prescindir de um dia de salário, uma grande, enorme fatia da sociedade portuguesa não teve condições para fazer greve. Não foi contabilizada no rol dos contestatários.
Por isso, a greve, no momento actual por limitada, não é a forma mais eficiente ou eficaz para derrubar o governo.
Todos somos muitos; e é mais difícil resistir a muitos.
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