À PROCURA DE UM ZEUS QUE NOS SALVE
Q rapto da Europa de Rubens
(cópia de Tiziano)
Europa era uma linda princesa fenícia. Como ainda não chegara à idade de casar, vivia com
os pais num magnífico palácio e tinha por hábito dar longos passeios com as amigas nos prados e nos
bosques. Certo dia, quando apanhava flores junto da foz de um rio. foi avistada por Zeus que se
debruçava lá do Olimpo observando os mortais. Fascinado com tanta formosura, decidiu raptá-la. Para
evitar os ciumes da sua mulher, quis disfarçar-se. Nada mais fácil para quem tem poderes
sobrenaturais! Tomou a forma de um touro. Um belo touro castanho com um círculo prateado a enfeitar
a testa. Desceu então ao prado e deitou-se aos pés da Europa. Ela ficou encantada por ver ali um
animal tão manso, de pelo sedoso e olhar meigo. Primeiro afagou-o, depois sentou-se-lhe no dorso e...
o touro disparou de imediato a voar por cima do oceano. A pobre princesa ficou assustadíssima, mas
não tardou a perceber que o raptor só podia ser um deus disfarçado, pois entre as ondas emergiam
peixes, tritões e sereias a acenar-lhes. Até Posídon apareceu agitando o seu tridente.
Muito chorosa, Europa implorou que não a abandonasse num lugar ermo. Zeus consolou-a, mostrou-se
carinhoso, prometeu levá-la para um sítio lindo que ele conhecia fora da Ásia. Prometeu e cumpriu.
Instalaram-se na ilha de Creta e tiveram três filhos.
Poetas da Grécia Antiga passaram a chamar Europa aos territórios para lá da Grécia. E o historiador
Hérodoto, no séc. V a.C foi o primeiro a chamar Europa a todo o continente.
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