Na passada "Quadratura do Círculo" esteve presente o actual Primeiro Ministro que expôs de forma sucinta, mas elucidativa, as medidas já tomadas na governação sobre questões importantes, nomeadamente a reavaliação das últimas concessões e privatizações. É claro que, estando presente Pacheco Pereira, este não poderia deixar passar o momento sem perguntar:
António rodeou, rodeou, foi buscar este Luís e o outro Luiz e que hoje já ninguém se incomoda com isso, e pensando que se safava, acabou por dizer que cada um escrevesse como quisesse.
- Para isso, então, vai ter que modificar os textos escolares e dar essa ordem às Escolas, disse PP.
E mais assim e mais assado e a resposta concreta tardava.
Foi assim que, por uma associação de ideias, recordei a importância que o meu Pai dava à escrita, da acção de cidadania que desenvolveu, interessando na cultura aqueles que não tinham dela a menor ideia, e por último veio-me à lembrança a história do capitão Rodolfo.
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O Capitão Rodolfo era um personagem de uma peça de teatro que o meu Pai
ensaiou com um Grupo criado por ele, e que era constituído por
pessoas da aldeia onde nasceu e que com a 4ª classe da época, mais o
pouco uso que lhe davam, mal sabiam ler. Formou o grupo, arranjou sala, palco, cenários, guarda-roupa e quando tinha
tudo isso, lembrou-se que precisava de música. Não havia energia eléctrica.
Havia a grafonola, mas não era isso o que ele queria.
Então, disse-me assim: - Temos que organizar uma "orquestra". Eu toco violino. O primo Joaquim toca piano, ou o que for preciso!...
Estalou uma gargalhada e prosseguiu.
- O primo José toca violão. Tu tocas banjolim. Vou-te comprar um, porque estás um bocadinho crua no violino para nos acompanhar!......
Outro riso! Tinha eu 10 anos e estudava violino.
Faltavam as músicas mas, como era habitual, o seu amigo Dr Josué Trocado (avô de Freitas do Amaral) escrevia e orquestrava o que lhe pedisse.
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Na primeira cena estava um indivíduo sentado na
soleira de uma porta; um relógio batia 12 badaladas. O homem levantava-se
e elevando e baixando o braço direito de uma forma cadenciada, jeito que não
foi possível modificar, dizia:
-" Meia-noite.... e o capitão Rodolfo sem
chegar.......ter-lhe-ia acontecido alguma desgraça?"
Não me lembro da história, mas sei que o capitão Rodolfo
nunca chegou!
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Tal como o capitão Rodolfo, a anulação do AO não chegará!
Quem estava à espera disso, é melhor sentar-se .......
CC
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