por César D.R.
De nacionalidade francesa, da região de Champanhe, desde muito cedo sonhou ser escultora. Em 1881 conseguiu de seu pai, amigo do escultor Boucher, a mudança da família para Paris onde se matriculou na Academia Colarossi. As mulheres não podiam frequentar a Escola de Belas Artes. Iniciou os estudos com o próprio Alfred Boucher. São desta época as duas primeiras obras conhecidas:
Mais tarde, porque Boucher se ausentou para Itália, fica Rodin a substituí-lo; e a vida de Camille altera-se profundamente. Chega a ser seu modelo, discípula e amante.
De temperamento forte e determinada, lutou contra todos os preconceitos da sociedade dos fins do sec. XIX que nunca viria a aceita-la como escultora, e também contra sua mãe que nunca a apoiou. Com o irmão, o poeta Paul Claudel, manteve nos primeiros tempos uma relação de amizade mas, mais tarde, este viria a despreza-la.
Era uma mulher muito bonita, de olhos azul escuro e de grande talento. Para Rodin, um escultor a necessitar de notoriedade e grande sedutor, isso não lhe foi indiferente. Envolveu-se com Camille numa enorme paixão, sem contudo abandonar Rose Beuret, sua companheira e modelo desde os primeiros tempos, com quem tinha um filho e com quem se viria a casar. Rodin teve consciência, logo de início. da genialidade de Camille e contratou-a para colaborar na execução das "Portes de l'Enfer" e no monumento Bourgeois de Calais. Foi encarregada de fazer mãos e pés o que demonstrava a confiança de Rodin no seu trabalho.
De temperamento forte e determinada, lutou contra todos os preconceitos da sociedade dos fins do sec. XIX que nunca viria a aceita-la como escultora, e também contra sua mãe que nunca a apoiou. Com o irmão, o poeta Paul Claudel, manteve nos primeiros tempos uma relação de amizade mas, mais tarde, este viria a despreza-la.
Era uma mulher muito bonita, de olhos azul escuro e de grande talento. Para Rodin, um escultor a necessitar de notoriedade e grande sedutor, isso não lhe foi indiferente. Envolveu-se com Camille numa enorme paixão, sem contudo abandonar Rose Beuret, sua companheira e modelo desde os primeiros tempos, com quem tinha um filho e com quem se viria a casar. Rodin teve consciência, logo de início. da genialidade de Camille e contratou-a para colaborar na execução das "Portes de l'Enfer" e no monumento Bourgeois de Calais. Foi encarregada de fazer mãos e pés o que demonstrava a confiança de Rodin no seu trabalho.
Bourgeois de Calais
Em 1888 passou a viver com Rodin numa casa a que chamariam o "retiro pagão". Frequentavam lugares públicos e a sua vida tornou-se num escândalo. Conviveu com a sociedade intelectual e artística da época, entre eles Claude Debussy. Rodin vivia simultâneamente com Rose e Camille. E à promiscuidade amorosa, juntava-se a promiscuidade profissional. Era difícil saber quando a obra pertencia a um ou a outro; ou quando era que Rodin se apropriava do trabalho de Camille e o assinava como seu. Camille escreveu em cartas que Rodin temia o seu talento e inteligência.
Em 1892 Camille teve um abortamento que a deixou profundamente abalada e impotente para convencer Rodin a abandonar Rose e casar-se com ela.
Decidiu afastar-se.
Faz "Sakuntala", escultura inspirada no conto do poeta hindu Kalidassa.
Camille e Rodin no seu estúdio
Em 1892 Camille teve um abortamento que a deixou profundamente abalada e impotente para convencer Rodin a abandonar Rose e casar-se com ela.
Decidiu afastar-se.
Faz "Sakuntala", escultura inspirada no conto do poeta hindu Kalidassa.
Uma mulher grávida que procura o marido, que a não reconhecerá, por ela ter perdido a insígnia que a nomeava sua rainha e assim a toma como impostora. Sakuntala retira-se em desespero e uma chama em forma de mulher levanta-a e ambas desaparecem.
Sakuntala
Nesta época duas outras obras importantes são premiadas; A Valsa e Clotho.Clotho é uma das três Moiras que determinam o destino dos homens, e tem o poder de fiar a vida e cortá-la quando quiser.
La Valse
É a sua fase mais produtiva. Estuda a arte japonesa e são desta época as suas melhores obras: as "Bisbilhoteiras" e a "Onda"
A Onda tem tido várias interpretações; mas a que me parece mais ajustada à personalidade de Camille é a referência à luta gigantesca da mulher contra os tabús, preconceitos e descriminações que ao longo dos tempos tem travado, e que, como no caso de Camille, vive a ameaça e a realidade de ser dominada e destruída.
Mas em todos os momentos existe sempre o dedo de Rodin; será sempre por seu intermédio que obtém encomendas, e será também através dele o reconhecimento das mesmas. Isso não agrada a Camille.
Em 1900 rompeu definitivamente com Rodin
depois de "A Idade Madura", ser recusada pela Exposição Universal de 1900. Considerada a sua obra mais autobiográfica, Rodin não gostou de se ver tão explicitamente exposto nela e conseguiu a sua rejeição. Camille, com 36 anos, convenceu-se que havia um complô de Rodin contra ela.
Fechou-se no seu atelier, onde se isolou, e repetia incessantemente, “o canalha do Rodin;” frase ouvida pelos vizinhos. O meio artístico, dizia, passou a pertencer ao "bando de Rodin" que a todos seduz e convence contra ela. As suas ideias e os seus desenhos eram roubados, executados, tinham sucesso, mas não se falava no seu nome. E dizia:
“Serei perseguida por toda a minha vida pela vingança deste monstro, o perseguidor Auguste
Rodin"
A verdade a sair do poço
Vivia miseravelmente com uma pequena pensão enviada pelo Pai, e bebia em excesso, rodeada de gatos. Faltava -lhe dinheiro para pagar os materiais, para pagar aos modelos, para se vestir e o seu isolamento foi sendo cada vez maior. Diz-se também que, havia suspeitas, de Rodin continuar a intervir por ela, assegurando-lhe novas encomendas; mas Camille
recusa. Prefere viver sozinha, no silêncio e na escuridão.
L'Age Mur--Hoje, no Museu d'Orsay
A sua última escultura é de 1906.
Depois desse ano, destrói tudo o que esculpe. Os moldes de gesso lança-os ao Sena ou enterra-os, e proíbe que vejam o que faz.
No dia 10 de março de 1913, uma semana após a morte do pai, a pedido da família, que arranjou uma certidão médica com o diagnóstico de delírio paranóico, Camille foi levada à força para um hospício. Permaneceu no hospital, abandonada pela família, recusando voltar a esculpir, até ao dia da sua morte 30 anos depois.
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Muito bem. Gostei.
ResponderEliminarmuito merci
ResponderEliminarMuito interessante!
ResponderEliminaro falcão