Vila do Conde, espraiada Entre pinhais, rio e mar! - Lembra-me Vila do Conde, Já me ponho a suspirar.
Vento Norte, ai vento norte, Ventinho da beira mar, Vento de Vila do Conde, Que é a minha terra natal! Nenhum remédio me vale se me não vens cá buscar, Vento norte, ai vento norte, Que em sonhos sinto assoprar...
Bom cheirinho dos pinheiros, A que não sei outro igual, Do pinheiral de Mindelo, Que é um belo pinheiral Que em Azurara começa | E ao Porto vai acabar... Se me não vens cá buscar, Nenhum remédio me vale Nenhum remédio me vale, Se te não posso cheirar... Vila do Conde espraiada Entre pinhais, rio e mar! - Lembra-me Vila do Conde, Mais nada posso lembrar. Bom cheirinho dos pinheiros... Sei de um que quase te vale: É o cheiro da maresia, - Sargaços, névoas e sal - A que cheira toda a vila Nas manhãs de temporal. Ai mar de vila do Conde, Ai mar dos mares, meu mar! Se me não vens cá buscar, | Nenhum remédio me vale, Nenhum remédio me vale, Nem chega a remediar Abria de manhãzinha, As vidraças par em par. Entrava o mar no meu quarto Só pelo cheiro do ar. Ia à praia e via a espuma Rolando pelo areal, Espuma verde e amarela Da noite de temporal! Empurrada pelo vento, Que em sonhos ouço ventar, Ia à praia e via a espuma Pelo areal a rolar... Vila do Conde espraiada entre pinhais rio e mar... |
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